Os 4 Ralos do Engajamento: Como Impedir que sua Organização FEDA

26 de novembro de 2024

Os 4 Ralos do Engajamento: Como Impedir que sua Organização FEDA

Engajar colaboradores é um desafio constante para as lideranças, e quando a energia que move uma equipe começa a se dissipar, isso pode ser sinal de que os “4 Ralos do Engajamento” estão afetando negativamente o ambiente de trabalho. Este acrônimo — FEDA — sintetiza os principais fatores que sugam o engajamento e comprometimento dentro de uma organização: Frustração, Estagnação, Desvalorização e Agressão. Vamos entender cada um desses “ralos” e como eles comprometem o desempenho da equipe.

1. Frustração – Quando a Chama se Apaga

Imagine o engajamento como uma chama. A frustração atua como uma chuva fina que, gradualmente, apaga essa chama até restarem apenas cinzas. A frustração pode surgir quando as expectativas do colaborador não são atendidas, ou quando ele se sente impotente diante de desafios.

Albert Ellis, renomado psicólogo, destaca que a intolerância à frustração leva à busca constante por conforto e à recusa de enfrentar emoções desagradáveis. Isso faz com que muitos colaboradores, ao se depararem com dificuldades, culpem fatores externos sem tentar desenvolver estratégias internas de enfrentamento.

Além da responsabilidade pessoal, a organização também tem um papel crucial. A falta de reconhecimento e a monotonia transformam desafios em pesadelos diários, levando à desmotivação. Para evitar que a frustração corroa o engajamento, líderes precisam alinhar expectativas, proporcionar reconhecimento adequado e fomentar um ambiente de inovação constante.

2. Estagnação – A Tortura da Roda de Hamster

Quem nunca se sentiu preso em uma rotina repetitiva, sem crescimento ou aprendizado? A estagnação no trabalho é como correr em uma roda de hamster: o colaborador se movimenta, mas não sai do lugar. Esse ciclo sem fim de tarefas sem sentido acaba destruindo o desejo de inovar e crescer.

A estagnação muitas vezes é consequência direta da frustração. Colaboradores que se sentem frustrados acabam perdendo a motivação para evoluir e acabam presos em uma zona de conforto. Além disso, a pesquisa mostra que, mesmo que o colaborador seja bem pago, se ele não vê sentido ou crescimento em seu trabalho, ele se tornará um “prisioneiro” da empresa, sem engajamento genuíno.

Portanto, oferecer salários altos sem proporcionar oportunidades de crescimento e novos desafios pode ser uma armadilha. Retenção não significa engajamento. Para manter a equipe engajada, é fundamental criar um ambiente onde o aprendizado contínuo e o progresso sejam valorizados.

3. Desvalorização – A Via de Mão Única

Chegamos ao terceiro ralo: a desvalorização. Se o engajamento é uma locomotiva, a desvalorização é o desvio perigoso que faz o trem descarrilhar. Sentir-se desvalorizado vai além da falta de reconhecimento financeiro. Trata-se de perceber que o esforço investido não é apreciado ou reconhecido.

A desvalorização cria um abismo entre o que o colaborador entrega e o retorno que ele sente. Isso não envolve apenas recompensas materiais, mas também oportunidades de desenvolvimento e reconhecimento emocional. A Teoria dos Dois Fatores, de Frederick Herzberg, evidencia que, enquanto os fatores higiênicos — como salário e condições de trabalho — evitam a insatisfação, são os fatores motivacionais — como reconhecimento, progresso e responsabilidade — que realmente geram engajamento.

Se um colaborador se sente desvalorizado, seja por falta de reconhecimento ou por injustiças percebidas em relação a colegas, sua motivação será destruída. Reconhecer e valorizar cada membro da equipe é essencial para criar um ambiente onde todos se sintam parte do sucesso.

4. Agressão – Os Insultos que Corrompem o Engajamento

A agressão é o último dos 4 ralos do engajamento e pode se manifestar de diversas formas no ambiente de trabalho: agressões verbais, psicológicas, assédio moral, discriminação e até violência física. Muitas vezes, a agressão não é percebida como tal por todos, pois o que é ofensivo para um pode ser considerado “normal” para outro.

O problema é que a agressão destrói a confiança e o respeito dentro da equipe, levando ao desengajamento. A Organização Mundial da Saúde define violência como “o uso intencional de força física ou poder, contra si próprio ou outra pessoa, resultando em dano psicológico, deficiência ou privação”. No ambiente corporativo, agressões sutis, como comentários depreciativos ou pressões exageradas, podem ter um impacto devastador no moral da equipe.

Quando a agressão não é controlada, o colaborador passa de um estado de não-engajamento para o desengajamento ativo, prejudicando diretamente o desempenho da empresa. O líder precisa estar atento a essas dinâmicas e criar um ambiente seguro e respeitoso, onde os colaboradores se sintam protegidos e valorizados.

Como Evitar que sua Organização FEDA

Manter o engajamento exige mais do que benefícios ou bonificações. É preciso cuidar dos quatro ralos do engajamento — Frustração, Estagnação, Desvalorização e Agressão — para criar um ambiente onde os colaboradores se sintam motivados, valorizados e desafiados. Ao detectar e agir rapidamente sobre esses sinais, líderes podem impedir que o engajamento se esvaia e garantir um time comprometido e produtivo.

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